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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mulher cria restaurante orgânico em triciclo 'na contramão de food trucks'

Fran Lodde, de 37 anos, deu outra função a triciclo parado em casa. Veículo carrega alimentos orgânicos e artesanais por ruas de Piracicaba.


A notícia foi publicada no site G1.


Fran Lodde é uma das idealizadoras da Casa Nômade em Piracicaba (Foto: Fran Lodde/Arquivo Pessoal)

A publicitária Fran Lodde, de 37 anos, não sabia andar de bicicleta e tinha um triciclo parado em casa. A falta de habilidade não impediu que que ela desse nova função ao veículo e, junto com outras duas parceiras, criou o projeto Casa Nômade, que comercializa alimentos orgânicos e artesanais pelas ruas de Piracicaba (SP).
Ela diz que a ideia "não surgiu com a moda" dos foodtrucks e foodbikes e sim com o objetivo de  valorizar o pequeno produtor e a alimentação natural.
"Eu não sei andar de bike e ainda sinto dificuldade de utilizá-la na cidade, por conta do trânsito cada vez mais caótico e da falta de ciclovias e ciclofaixas", afirmou. E ela rejeita o termo da moda "food bike" devido às características dos alimentos que vende.

Publicitária transforma triciclo em food bike
em Piracicaba (Foto: Fran Lodde/Arquivo Pessoal)
Parceiras
Fran, Carolina Perencin, de 28 anos, e Mariana Pedrozo, de 32, são integrantes de um coletivo de fomento de cultura e sustentabilidade de Piracicaba (SP). 
A ideia do triciclo partiu de Fran, mas 'avançou' com a ajuda das amigas, que ajudam como voluntárias durante os eventos embulantes.
O projeto se concretizou há cerca de dois meses e já ganhou espaço nas ruas da cidade.
Sem agrotóxicos
"Fomos ao serralheiro artístico, amigo nosso, e transformamos o tricículo em uma food bike", contou Fran, que garante: "Não nos espelhamos na moda do food truck. Nossa ideia é outra", ressaltou.
A "ideia", segundo ela, é aproximar o produtor rural com o consumidor. Todos os pratos do cardápio são elaborados com alimentos colhidos direto da roça e sem agrotóxicos.

"O cardápio é preparado de acordo com os alimentos que os produtores nos repassam, de forma a respeitar o tempo de colheita", ressaltou Fran. “A intenção é valorizar os produtores locais, a agricultura  familiar e fortalecer a cultura da alimentação orgânica, mais saudável e consciente", explicou.
Produtora rural
Dona Lourdes, do sítio São Benedito, em Piracicaba, é uma das produtores rurais que fornece alimentos diretos da roça para a food bike.

"Toda semana, ela informa o que vai produzir e nos preparamos as receitas. Privilegiamos produtos cada vez mais integrais e orgânicos, sem glutén ou açúcar, mas que sejam saborosos, combinando paladar e nutrição", disse.
Cardápio
Essa aproximação entre quem fornece e quem consome se deu por meio da parceria com uma outra iniciativa voluntária, já consolidada e realizada no coletivo.
Pratos são preparados com alimentos colhidos direto da roça (Foto: Cada Nômade/ Divulgação)
Atualmente, a food bike fica estacionada na Rua Luiz de Queiroz, em um ponto turístico, de maneira formalizada junto à Prefeitura. Ela oferece cardápio variado com bolos, brigadeiros, charutos recheados, sucos, risotos, pães e empanadas. Os preços vão de R$ 4 a R$ 15. Um dos pratos preferidos dos clientes do tricículo são os brigadeiros de gengibre com laranja, cacau e erva cidreira.
Brigadeiro de gengibre com laranja, cacau e erva cidreira faz sucesso (Foto:Fran Lodde/Arquivo Pessoal)

Triciclo comercializa pratos artesanais e orgânicos em Piracicaba (Foto: Casa Nômade/Divulgação)



domingo, 23 de agosto de 2015

Agroecologia surge como opção para fugir da avalanche de agrotóxicos


A notícia é do jornal "Umuarama Ilustrado", do noroeste do Paraná.

Umuarama – Setores e órgãos ligados a saúde brasileira lançaram dados do volume de venda de agrotóxicos no Brasil. Conforme o boletim, os valores saltaram de US$ 2 bilhões em 2001 para US$ 8,5 bilhões em 2011. No ano de 2009 o País já havia alcançou a indesejável posição de maior consumidor de veneno do mundo. Os números anunciados no primeiro semestre deste ano assustaram o setor público da agricultura, como também a população, promovendo o renascimento da agroecologia e dos produtos orgânicos.

Em nota o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, mostra que os números de consumo de agrotóxico ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. Conforme especialistas, não existe um trabalho cientifico concreto com relação entre consumo de agrotóxico e problemas de saúde. Porém, na prática, a frase: “você é o que você come”, sempre é ressaltada pelos médicos.

O alvoroço em torno do assunto e suas incerteza está levando parte da comunidade à buscar produtos manejados de outra forma, mas não desconhecida dos agricultores mais antigos. Os meios de produção de alimentos vindos da agroecologia ressurgem como opção para fugir do veneno e segundo o agricultor orgânico, Luiz Carlos Gomes Santos, após 11 anos trabalhando com produtos orgânicos, a procura pelo alimento aumentou muito nos últimos anos.

Antes de abolir o agrotóxico e os adubos químicos da sua produção, Santos trabalhou 12 anos com a cultura convencional, porém em 2004 optou por voltar as raízes dos seus antepassado trabalhando com produtos orgânicos. “Foi uma escolha pensando na minha família e no consumidor. Queria oferecer um produto diferente. Mas também pelo controle dos bichos, pois mesmo com o agrotóxico eles apareciam. Agora tudo vive em harmonia”, ressaltou.

Ainda segundo o produtor, no começo foi muito difícil produzir no orgânico, mas agora não pretende voltar à cultura convencional. Ele também ressaltou que a procura pelos alimentos orgânicos vem aumentando, o que mostra uma mudança nos hábitos dos clientes. “Aqui produzo de tudo. De folhosas à tomate, morango, pimentão, berinjela, pepino, abobrinha entre outros”, informou.

Ainda conforme dados do dossiê, o modelo de cultivo com o intensivo uso de agrotóxicos gera grandes malefícios, como poluição ambiental e intoxicação de trabalhadores e da população em geral. As intoxicações agudas por agrotóxicos são as mais conhecidas e afetam, principalmente, as pessoas expostas em seu ambiente de trabalho. São caracterizadas por efeitos como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e morte. Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população, pois são decorrentes da exposição múltipla aos agrotóxicos, isto é, da presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos e no ambiente, geralmente em doses baixas.

Processados pela indústria 
Os resíduos dos agrotóxicos não ocorrem apenas em alimentos in natura, ressalta o estudo. Mas também em muitos produtos alimentícios processados pela indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por exemplo. Ainda podem estar presentes nas carnes e leites de animais que se alimentam de ração com traços de agrotóxicos, devido ao processo de bioacumulação. Neste sentido, o Inca ressalta que a preocupação com os agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras, que são alimentos fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer.

Palavra da especialistas
Segundo a mastologista Josiane Saab Rahal, trabalhos científicos que comprovam a relação entre câncer e agrotóxicos não foram totalmente concluídos, mas percebemos que o número de carcinomas vem aumentando e principalmente em uma faixa de brasileiros mais jovens. Neste sentido, segue uma linha de investigação a respeito da alimentação com veneno. “Acredito que os trabalhos que estão chegando virão com a confirmação disso. Temos paciente mais jovens acometidos pelo tumor, qual o motivo? Penso que a alimentação tenha muita influência nos casos”, questionou a médica.