Com o aumento por demanda por produtos saudáveis e sustentáveis, a indústria de alimentos orgânicos cresce e ganha espaço no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Orgânicos e Biologicamente Sustentáveis (BrasilBio), no ano passado, o setor movimentou cerca de R$ 600 milhões no País e as previsões para este ano são de que o mercado crescerá mais de 20%, chegando a movimentar R$ 800 milhões.
Segundo a pesquisa The Future Report Food – que aponta preferências globais do setor de alimentos – existe uma nova tendência que cultua a saúde e isso reflete diretamente em como as pessoas se alimentam. Assim, orgânicos, mercadorias produzidas de forma eticamente correta e alimentos funcionais são altamente valorizados no mercado.
A pesquisa também destaca que, no Brasil, alimentos orgânicos vêm atrelados a certo status. "Esses produtos são considerados chiques e têm crescido 40% nos últimos anos, dez a mais do que a média mundial", afirma Paulo Al-Assal, CEO da consultoria Voltage e um dos especialistas brasileiros em tendências.
Um exemplo desse "status" são os frangos orgânicos da Korin Agropecuária, que chegam a custar 30% a mais do que os frangos normais e mesmo assim têm altos índices de vendas. Com faturamento de R$ 50 milhões em 2011 e crescimento de 25% ao ano, a empresa investe nas franquias de suas lojas para fortalecer a presença em grandes centros do País.
Pioneira na criação de frangos orgânicos, isto é, livres de antibióticos e de promotores artificiais de crescimento, a empresa planeja terminar 2012 com mais 15 lojas. Hoje, a Korin tem duas franquias, uma no bairro de Vila Mariana, em São Paulo e outra na cidade de Natal (RN), além das cinco outras lojas que estão em construção.
Ovos – Criada em 1994, a Korin aposta na forma japonesa de criação de frangos. Foi a primeira no País a produzir ovos a partir de galinhas criadas soltas, com alimentação totalmente vegetal e livre de antibióticos, pensando no bem-estar do animal. Além de produzirem frango, também oferecem uma linha de ovos com a mesma filosofia, e frutas, verduras e legumes orgânicos. Segundo Luiz Carlos Demattê, gerente industrial da empresa, um fator que contribuiu para o crescimento da Korin foi a regulamentação dos produtos, alcançada com a Lei dos Orgânicos. A Lei, que entrou em vigor em 2011, certifica que apenas os produtos com o selo federal de conformidade orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sejam comercializados. Para Demattê, a legislação trouxe mais credibilidade aos produtores. "Hoje, os empresários têm mais confiança para investir no mercado e o consumidor em comprar os produtos."
Grandes marcas exploram os produtos funcionais
Seguindo a onda dos alimentos saudáveis, grandes marcas estão investindo na produção de alimentos funcionais no Brasil.
Com propriedades que colaboram para melhorar o metabolismo do corpo, além de fornecerem a nutrição básica, estes alimentos prometem ao consumidor moderno benefícios adicionais à saúde.
Com o mercado em alta, a previsão para o faturamento global em 2014 é a de US$ 29,8 bilhões.
Marcas como Danone e Beauty’In aproveitaram as oportunidades e lançaram linhas especiais de alimentos com propriedades funcionais. O iogurte Activia, por exemplo, lançado em 2004 pela Danone, contém probióticos que ajudam a manter o intestino funcionando. A Becel, por outro lado, aposta na saúde do coração e lança linhas de alimentos funcionais com propriedades que diminuem o colesterol do consumidor, conforme informado.
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